segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Artigo: "Foi carnaval" (27/02/2012)

A vida vai, aos poucos, voltando à rotina normal. Fevereiro chega ao fim e já podemos perceber que a cidade se movimenta num ritmo diferente. Tudo recomeça, efetivamente, no trabalho e nas escolas. Mesmo que pareça meio fora de contexto falar em carnaval quando já passou até mesmo a “quarta-feira de cinzas”, preciso registrar meu reconhecimento às escolas de samba montenegrinas. Parabenizá-las pelo trabalho que realizaram ao longo dos últimos meses. Pelo empenho nos ensaios e pela disposição no desfile.
Montenegro é a “Cidade das Artes”. Precisamos ter orgulho por este título e enaltecer nossa diversidade artística. Incentivar os movimentos culturais. Prestar homenagens e estimular quem se dedica ao crescimento das manifestações culturais.
Não sou um “entendido” no que se refere ao samba-enredo ou alegorias. Não tenho a mínima pretensão de comentar sobre baterias, mestre-sala ou porta-bandeira. No entanto, como qualquer outro cidadão, fico contagiado pelo ritmo, pela empolgação. Acabo envolvido ao ver a satisfação e o sorriso de quem vive o carnaval de verdade. De quem faz o dia-a-dia de uma escola de samba.
É sempre um exemplo de superação, porque apesar de todas as dificuldades – desde a escolha de um local para os ensaios até a logística para colocar a escola na avenida – o carnaval é sempre uma festa de cores e sons. Um evento que engaja. Que mobiliza pessoas em torno de uma tradição, de uma cultura. Que transpõe obstáculos e consegue reunir diferentes personagens num mesmo movimento. Na mesma sintonia.
Parabéns a todos os integrantes das escolas de samba de Montenegro. Cumprimentos a todos que souberam valorizar esta manifestação cultural, seja participando ativamente e mostrando samba no pé, ou apenas comparecendo nos ensaios e no desfile. Evoluímos. Não só na avenida, mas em termos de organização das entidades carnavalescas. O carnaval 2012, eu sei, acabou. Voltamos à rotina. Porém, não podemos parar. Logo, logo é tempo de pensar no próximo. Mobilizar mais uma vez. Afinal, somos a Cidade das Artes e temos obrigação de cuidar, com o maior zelo, do planejamento e do apoio aos movimentos culturais.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Artigo: "Nosso parque" (13/02/2012)

Ao resgatar alguns temas que integraram a minha pauta de trabalho ao longo destes três anos de mandato, me deparei com uma Indicação encaminhada em agosto de 2009, onde eu sugeria a elaboração de um Plano Diretor para o Parque Centenário Erny Carlos Heller. Como até hoje não soube se algo neste sentido aconteceu, e volta e meia vejo notícias de grupos, movimentos ou entidades que gostariam de ocupar um espaço no Parque, fiz um Pedido de Informação perguntando ao Executivo se há algum estudo em andamento. Até porque em maio de 2010, em resposta a outro questionamento, foi-me respondido que estava sendo aberto um processo para contratação de assessoria técnica para implantar o Plano. De lá para cá, no entanto, nada mais se ouviu falar.
Não é necessário decantar a relevância do Parque para a cidade. Sua beleza natural e importância para o lazer e o esporte são de conhecimento geral. Justo por isso merece uma atenção especial.
Apesar de ser um espaço amplo e muito freqüentado, carece de melhorias e de um estudo que possa sintonizar todos os pontos do parque. Que olhe o conjunto e proponha ações que melhorem o visual e a utilização dos espaços, sem comprometer a beleza natural.
O que é mais importante para o convívio dos montenegrinos no Centenário? Certamente, teremos várias respostas diferentes para esta pergunta. Porque existe uma série de reivindicações da comunidade. Porque há um conflito de interesses entre várias entidades, entre os adeptos de inúmeras modalidades esportivas. Os tradicionalistas querem lá uma arena de rodeio, os ciclistas pedem pista de bicicross. Já os motoqueiros querem motocross. Há ainda, os skatistas, os atletas da pista de corridas, os jogadores de futebol, ou vôlei, ou basquete... E as crianças? Estas pedem um parquinho com brinquedos que estejam em condições de uso e um local apropriado para andar de bicicleta ou triciclo.
São muitas vontades, inúmeros pedidos, diversas reivindicações. Para conseguir disciplinar o uso e melhor atender as demandas é que propus a elaboração de um Plano Diretor. Assim, tanto a ocupação quanto as obras de melhoria ou ampliação terão que obedecer a um padrão, respeitar um cronograma. Todas as ações estarão sintonizadas. Atenderão o conjunto, evitando que num momento se faça uma melhoria apenas porque este ou aquele quer, noutro uma instalação porque um ou outro acha bonito.
Um Plano Diretor é importante para revitalizar e valorizar o Centenário. Mais do que isso. É uma questão de respeito: pelo parque e pelas pessoas – de todas as “tribos” e idades - que o freqüentam.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Artigo: "Quem paga a conta" (06/02/2012)

Ao longo do mandato, tenho alertado por diversas vezes que carecemos de planejamento na gestão do Município. Escrevi já em 2009 que a cidade estava sem rumo. Outra feita tratei das questões dos contratos de longo prazo, como coleta de lixo, limpeza urbana, transporte coletivo, plano de saneamento, dentre outros. Reforço esta preocupação quando vejo que os problemas seguem os mesmos após tantos anos de mandato desta administração. Se não vejamos:
- Coleta de Lixo – a licitação feita gera um contrato de 12 meses que pode ser renovado anualmente até o limite de 60 meses. Assim foi feito. Desde 2005 a empresa contratada era a Conesul. Dentro deste prazo não foi feita nova licitação e como o serviço não poderia parar, foi contratado emergencialmente por mais um período. Em julho de 2011 foi suspensa a licitação aberta para o serviço. Sem licitação exitosa, em agosto foi feito contrato emergencial com outra empresa, desta vez a empresa Daí Prá Soluções Ambientais pelo período de 180 dias. Novamente não estando solucionado o assunto, novo contrato emergencial com a empresa Construtora JLV. Resumindo, o município paga R$ 146 mil reais mensais por um contrato emergencial de coleta, a estação de transbordo está interditada e as famílias que viviam da coleta seletiva estão recebendo cestas básicas a mais de um ano sem a possibilidade de trabalho, tirando delas a renda de sustento de suas famílias;
- Capina e varrição – contrato também de longo prazo, vencido no final do ano passado, sem prorrogação e não temos informação de processo licitatório. Em janeiro, a Secretaria do Meio Ambiente fez a limpeza de forma precária. Em três de fevereiro, foi publicado em jornal local, edital para contratação emergencial de empresa interessada em prestar serviço de capina, varrição, roçada, limpeza e pintura de meio fio. Outro serviço essencial para a cidade que é tratada de forma emergencial;
- Transito – em 2009 a Câmara aprovou o valor de 60 mil reais para contratar empresa que realizou estudo técnico sobre mobilidade urbana. No final de 2010 foram anunciadas mudanças aprovadas em audiência pública que seriam iniciadas no início de 2011. Agora são anunciadas mudanças para a próxima semana. O que será realizado é o que foi resultado do estudo pago? O mapa apresentado é distinto do estudo. Estes são alguns dos muitos exemplos que pagamos caro por não planejar as ações de uma administração. É evidente que tudo que fazemos de forma emergencial tem custo maior. O que muitos não se dão conta é de que quando a administração pública gasta mal, a conta é paga por você.

Artigo: "Participe 3" (30/01/2012)

“Tudo o que acontece de errado no cenário político nacional tem feito com que a grande maioria das pessoas veja a política como uma atividade inferior e desprezível, e dela querem distância. Apesar de 28 partidos políticos já registrados, é pouco superior a 10 % o número de eleitores filiados a algum partido.
Esta reação é muito compreensível, mas pouco desejável. Os grandes temas nacionais e as pequenas ações que atingem o dia a dia de qualquer cidadão comum tem a tudo a ver com o Governo em todos os seus níveis. Excetuando a ditadura, não existe governo sem processo eleitoral e participação da sociedade. O Homem por natureza é um ser político, mas muitas vezes não se dá conta disto. Participando ou não de um partido, tem o direito e o dever de votar e de reivindicar. É dele o direito e o dever de participar e oferecer o que tiver de capacidades, por menores que as julgue, em benefício seu e da sociedade.
Se falarmos de Montenegro, onde vivemos e as coisas acontecem, nossa participação pode influenciar mais, para o bem ou para o mal.”
Grifei o texto acima, pois grande parte de seu conteúdo foi redigido pelo Dr.Dirceu Mauch, secretário geral do PP em Montenegro. Faz parte de um conjunto de reflexões que estamos fazendo com vistas ao pleito eleitoral que se aproxima. Estabelece uma relação direta com os “Compromissos mínimos” que o PSB, PC do B e PP assumiram publicamente para o futuro de nossa Montenegro. Cito alguns deles, pois serão as bases para a construção de um modelo de gestão que priorize a transparência e a participação.
“Reconhecer, valorizar e apoiar, dentro das disponibilidades, as formas de organização da sociedade; implantar Planejamento Estratégico Municipal, para propor políticas de Planejamento e Integração de ações; governar embasado em uma Gestão compromissada com Planejamento.”
Por isto, tenho usado este espaço para chamá-lo a participação. Repito: cada um sabe de que forma quer e pode participar. Não se omita, pois nossa cidade precisa de você.

Artigo: "Participe 2" (23/01/2012)

No artigo anterior publicado na segunda-feira passada, falava da importância da participação e como consolidar caminhos para incorporar esta prática ao nosso comportamento. Reflito sistematicamente sobre o tema, tentando entender os motivos que fazem uns terem um maior envolvimento com as causas coletivas e outros menos. Questiono pessoas, analiso comportamentos e estimulo a discussão. Dentre tantas conclusões, identifico um grupo que gostaria muito de contribuir, mas entende que sua contribuição não leva a nada, ou seja, tudo que se debate de forma coletiva é desrespeitado sistematicamente por quem detém o poder e a decisão final. Encontro outros que gostariam de participar mais ativamente da construção de uma cidade melhor, mas não identificam como e onde podem contribuir. Existe também um terceiro grupo que prefere manter uma distância de todas as discussões, pois a sua participação pode ter como retorno algum tipo de represália. Enfim, poderia relatar vários grupos de pessoas que constitui o coletivo do nosso Município.
A este coletivo com quem dialogo em todos os momentos da minha caminhada, tenho dito que precisamos estimular o envolvimento dos munícipes em busca da cidade que queremos para todos. O resultado coletivo que estamos colhendo, não condiz com os valores individuais que residem em nossa cidade. Precisamos construir e solidificar formas de participação que nos levem a um novo patamar. O que faz um município ser melhor que outro? Para mim, a resposta está no quanto às pessoas se importam e querem uma cidade melhor. Mas para isto, é preciso acreditar que a sua voz é ouvida, que sua participação é importante e faz sentido e que seu envolvimento é desejado por quem governa.
Estamos dispostos a construir junto contigo este processo, fortalecendo os canais onde sua opinião é fundamental para o crescimento da cidade. Criaremos estes espaços para que possamos saber claramente o que pensas e o que queres para nossa cidade. Tenho a convicção de que sozinho ninguém tem a solução. Por isto, encerro esta coluna da mesma forma que na semana passada, onde assim manifestei: “Cada um sabe de que forma quer e pode participar. Não se omita, pois nossa cidade precisa de você.”

Artigo: "Participe" (16/01/2012)

Em todas as entidades que passei, movimentos que participei , seja na condição de participante, coordenador ou presidente, sempre acreditei e busquei a participação das pessoas. Não acredito na possibilidade de construir um processo que leve a um bom resultado sem o envolvimento delas. Sinto que devemos perseguir este objetivo para a construção daquilo que queremos, seja no bairro, na escola, no clube, no time de futebol e principalmente na cidade que moramos. Penso que devemos consolidar caminhos para que a participação seja uma prática incorporada ao nosso comportamento. Minha dúvida e inquietação, sempre se deu em entender a omissão, a delegação a terceiros em lutar por causas que acredito e que busquem mudanças necessárias para um bom resultado, ou melhor, resultado que desejo. O processo de construção coletivo sempre foi o caminho mais difícil. Nossa cultura é recente e precisamos avançar muito neste sentido.
Renovo esta convicção ao concluir a leitura de um livro escrito por Mario Sergio Cortella e Renato Janine Ribeiro, dois filósofos paulistas que escreveram o livro: “POLÍTICA para não ser idiota”. Tratam de vários temas como corrupção, cidadania contra o colapso, o indivíduo e a sociedade, a importância da transparência, formas de lidar com as diferenças e também da importância da participação política das pessoas. Ao tratar das questões acima, questionam inicialmente a constatação de que no Brasil avançam os comentários de que “política é coisa de idiota”, invertendo um conceito original da palavra quando fazem a seguinte referência: “a expressão idiótes, em grego, significa aquele que só vive a vida privada, que recusa a política, que diz não a política”. Ao pinçar esta reflexão, dentre tantas outras trazidas na leitura, quero compartilhar contigo que me oportuniza transmitir esta mensagem, o que nos leva ao afastamento da política, quando é nela que se definem as coisas que dizem respeito a minha vida em sociedade. Outra expressão que traduz este sentimento, retirada da mesma obra é a de que “os ausentes nunca tem razão”. Forte, talvez até agressiva, mas fala da importância da participação. Sigo acreditando que temos sempre dois caminhos a seguir, o caminho do expectador e comentarista dos problemas e o dos que ajudam na construção das soluções dos mesmos problemas. Sinto que não estamos satisfeitos com a forma que se conduz a política atualmente, por isto sua participação no processo é importante. Cada um sabe de que forma quer e pode participar. Não se omita, pois nossa cidade precisa de você.

Artigo: "Gratidão" (09/01/2012)

Em meio aos tantos e-mails recebidos nas últimas semanas, havia um que alertava para a importância do agradecimento. Que antes de chamar o Ano Novo e desfiar o rosário de boas intenções e metas para 2012 era necessário agradecer as vivências e experiências de 2011. Porque elas, independente do tipo, tamanho ou duração, fizeram parte do nosso cotidiano e de alguma forma se incorporaram a nossa história. Muitas delas, sem que percebêssemos, nos fizeram amadurecer. Mesmo aquelas que preferimos esquecer ou que, para não sofrer, fingimos que não existiram.
Eu me dispus a fazer esta reflexão. Dei conta que tenho de ser grato por muito. Por tudo. Principalmente, como político e homem público.
A felicidade e orgulho que tenho pela família, costumo externar com freqüência. Também repito o carinho e o respeito pelos amigos, colaboradores e parceiros. Reconheço, porém, que não demonstro, pelo menos não tanto quanto necessário, gratidão pelo privilégio de participar, como vereador, da discussão dos temas da cidade.
Agradeço sim, mesmo que numa retrospectiva perceba que não chegamos aos resultados que eu almejava. Mas os desafios diários nos fortalecem, à medida que mostram nossa capacidade de adaptação e nos impelem a ficar mais atentos e estar mais preparados. Se não chegamos onde queremos, temos de avaliar nosso desempenho e redobrar o esforço. Quase nunca é fácil legislar. Muito menos fiscalizar. Ainda assim, é uma experiência única.
Olhando para trás noto que apesar dos tropeços e dos percalços no caminho, há muito que agradecer. Não só pelas coisas boas ou resultados positivos. É preciso ser grato também pelos reveses que sofremos e até pela incompreensão. Pelas pessoas que discordaram das nossas opiniões e posições, porque elas permitiram que houvesse debate e contraponto. Mais do que os elogios, são as críticas que determinam melhoria e mudança.
Na minha reflexão de fim de ano reconheci, também, a importância de ser fiel aos princípios. De manter firme o propósito de construção de uma cidade melhor. Sem desmerecer o trabalho de outros, mas acreditando que existem alternativas mais eficientes. Apontar um caminho diferente, por vezes, gera desconforto e resistência. São reações normais, em qualquer situação. Não tenho todas as respostas, nem fórmula mágica. Tenho disposição e o olhar voltado à frente. Para o que pode e deve ser feito. Se quisermos um futuro melhor, temos de começar a prepará-lo desde agora.
Como dizem os poetas, para receber um Ano Novo que mereça este nome, temos de fazer a nossa parte e merecê-lo. Jamais haverá Ano Novo se continuarmos insistindo em copiar os erros dos anos velhos. Então, bem-vindo ano 2012. Que todos os montenegrinos possam merecê-lo e chamá-lo de novo.