Faz tempo ouvimos falar em reciclagem. Ao longo dos anos, aperfeiçoamos as formas de separar e atualmente quase tudo é reutilizado. Campanhas mostram o quanto se ganha – em termos econômicos e ambientais – com a correta separação e destinação do lixo.
Sensibilizados, tanto com o futuro do planeta, quanto com o grande número de pessoas que sobrevivem dos despojos alheios, mudamos o comportamento. Ficamos mais cuidadosas e incorporamos ao dia-a-dia a rotina do “lixo seco, lixo orgânico”. Em casa, na escola, no trabalho. Uma lixeira para cada coisa. Um dia para cada lixo
Em Montenegro, infelizmente, toda disposição em reaproveitar não se traduz em ganho ambiental, social e econômico. Aqui, lixo é lixo. Não importa se reciclável ou não. Tudo vai para o mesmo local. É misturado e amassado. Não gera renda para quem trabalha com reciclagem e ainda onera os cofres públicos, já que o valor pago pela destinação final é o peso.
Lembram deste texto? Foi introdução de um artigo que escrevi em maio do ano passado. Parece atual? Sem dúvida, tendo em vista que de lá para cá, praticamente nada mudou. Continuamos sem licitação para o recolhimento do lixo e as famílias que trabalhavam no aterro sanitário permanecem recebendo pequeno auxílio, porque não têm onde trabalhar, já que o galpão de reciclagem ainda não foi concluído. Todo o material recolhido na cidade – por uma empresa contratada de forma emergencial – é depositado no mesmo local - uma estação de transbordo também emergencial.
Enfim, um ano depois, a situação referente ao lixo em Montenegro permanece sem solução definitiva. Neste período foi feito o anúncio de nova modalidade de coleta, com instalação de contêineres no centro da cidade. Logo depois, tudo foi anulado.
O lixo urbano é um tema preocupante, pois envolve questões sociais, já que a falta de solução tem deixado dezenas de famílias que atuam na reciclagem sem trabalho; questões financeiras, por causa das sucessivas contratações emergenciais; e ambientais, uma vez que há diversas reclamações quanto à forma e horários de recolhimento.
Já fizemos várias reuniões na Câmara para tratar deste assunto, inclusive com a presença do Ministério Público. Os representantes da prefeitura – que naquela época compareciam quando eram convidados pelos vereadores – sempre garantiram que os processos, tanto de licitação para coleta, quanto de construção dos galpões de reciclagem, estavam em andamento.
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