segunda-feira, 11 de junho de 2012

Artigo: Ir e vir (11/06/2012)

Numa cidade bem cuidada os moradores adoecem menos. O bem-estar proporcionado por um ambiente limpo, preservado e bonito contribui para uma vida mais saudável. Este foi o tema de um programa de televisão que assisti, ao acaso, recentemente. Os debatedores falavam da sensação opressiva e depressiva causada pelo crescimento desordenado e a falta de conservação das cidades.

Dias depois, durante uma reunião, as pessoas falaram sobre a precária condição das calçadas em Montenegro. “Parece um tobogã. É muito sobe e desce”. Estas foram expressões usadas para caracterizar os desníveis existentes nos passeios públicos.

Mais adiante, vi que estava sendo refeita a calçada na rua que passa pelo Parque Centenário. Com a obra, o aspecto, naquele trecho, ficou muito melhor, e a movimentação de pedestres, facilitada.

Então pensei ser propício reavivar (ou pedir que seja tirada da gaveta) uma Indicação que encaminhei ao prefeito em novembro de 2010, sugerindo a criação do programa “Calçada urgente!”, com o intuito de estimular a construção, recuperação e padronização dos passeios públicos.

Ao apresentar a proposta aleguei – e pelo visto de lá para cá a justificativa continua valendo - que basta uma rápida caminhada pelas ruas de Montenegro para verificar o número de imóveis que não têm passeios pavimentados. E nos casos onde há calçadas, muitas se encontram danificadas, com desníveis, dificultando o ir e vir das pessoas.

Além de dar um aspecto desleixado à cidade, a falta de calçadas impede a acessibilidade. De nada adianta construir dezenas de rampas, facilitando o acesso em diversos pontos, se não houver calçadas decentes. Quem tem mobilidade restrita ou reduzida continuará impedido de circular.

No programa que sugeri fosse chamado de “Calçada Urgente!”, a municipalidade promoveria campanhas de conscientização que despertassem nos cidadãos a compreensão sobre a importância da qualidade dos passeios públicos. E não apenas conscientizasse, mas mostrasse como se faz.

Além de conscientizar, apresentaria o padrão ideal de pavimento. Poderia, inclusive, informar sobre as melhores espécies de árvores a serem cultivadas. Com a correta escolha das árvores, não haveria problemas com as raízes. Hoje, a maioria dos estragos nos passeios públicos acontece por causa de árvores inadequadas.

Propus que a campanha pelas calçadas iniciasse com um projeto piloto, numa rua ou num bairro, e aos poucos fosse estendida à cidade toda. As próprias comunidades poderiam ser envolvidas, tanto no incentivo aos moradores, quanto em mutirões para construção das calçadas.

Sei que é difícil resolver a questão dos passeios públicos de imediato, em toda a cidade. Que haverá empecilhos e dificuldades. Mas é preciso começar. Em algum momento. Em algum lugar. E o poder público deve conduzir esta ação. Quem sabe a calçada junto ao parque seja o ponto de partida. Quem sabe...

Nenhum comentário:

Postar um comentário