quarta-feira, 18 de abril de 2012

Artigo: "Professor Elias" (16/04/2012)

Pensei em dar uma pausa nos assuntos municipais e políticos neste artigo. Tomar a liberdade de apenas compartilhar o final de semana em família, quando da comemoração dos 70 anos do meu sogro Antônio Elias Parcianello. Então, mais uma vez, me dei conta que é impossível descolar uma coisa da outra, porque meu desempenho como político depende, muito e sempre, do exemplo e do apoio familiar. Eles são a base, a força e motivação para seguir em frente.
Estas características todas encontro no “professor Elias”, o avô admirado pelos meus filhos Bernardo e Gustavo, como eles mesmo dizem, pela inteligência e brincadeiras. Um senhor grisalho que tem a disposição e alegria de um menino e por isso mesmo é o companheiro dos netos. As crianças aprendem e se divertem com ele de forma natural, simples e harmoniosa.
Foi comovente o 70° aniversário. Dias de muita alegria e conversa – sempre em alto tom, como é peculiar dos italianos – e ao mesmo tempo de fraternidade, agradecimento e paz. Impossível não relembrar a trajetória deste homem, o mais velho de nove irmãos, que veio para Montenegro, aos 12 anos, para ser interno no “Jacozinho”. Do menino e rapaz que pegava carona de caminhão para visitar a família em Tenente Portela uma vez por ano. Que ajudava a assar galeto para ganhar um “frango inteiro”, ajudava a descarregar caminhão de banana para ganhar um cacho e varria o cinema para assistir filmes.
As dificuldades, por mais incrível que pareça, não mudaram a personalidade tenaz, simples e carinhosa deste homem. Pelo contrário. Antônio Elias Parcianello enfrentou os desafios que a vida lhe impôs. Estudou e se tornou professor de Biologia. Pode se orgulhar da sua trajetória profissional. Não só por causa dos diplomas ou cargos exercidos, mas principalmente pelo reconhecimento e carinho que recebe até hoje de seus ex-alunos e ex-colegas de trabalho.
Em família, é claro, ele é o porto seguro. Junto com a esposa, Deisi, construiu um lar para criar as três filhas, Elisi, Rita e Ana. Com seu jeito sábio e ao mesmo tempo simples, alegre mas ao mesmo tempo responsável, sempre atento e presente, cuidou da formação delas e lhes transmitiu todos os seus valores. Talvez, nem tenha percebido que o maior legado ou ensinamento estava na sua história de vida e no seu exemplo.
Ainda emocionado pelas manifestações de carinho e pelo reencontro da “Parcianellada”, que veio de várias partes do Brasil para comemorar, sinto muita gratidão e orgulho de pertencer a esta família que me acolheu como filho. De ter um sogro como o “professor Elias”, ou melhor, “mestre Elias”. Que não se cansa de nos ensinar através do seu amor, dedicação, experiência e sabedoria. Parabéns meu irmão!!


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Artigo: "Trânsito 2" (09/04/2012)

Desde que propus a criação da Frente Parlamentar pela Segurança no Trânsito, que foi aprovada na sessão da semana passada, tenho recebido muitas mensagens de apoio, com sugestões e informações sobre os trágicos números relacionados aos acidentes em vias e rodovias. Uma delas trouxe um texto de Rafael Ferreira, consultor empresarial, contendo dados alarmantes. Transcrevo a seguir uma parte relevante do que ele escreveu.
“Atualmente o número de vítimas fatais de acidentes de trânsito apresentado pelos órgãos oficiais nos dão conta de que morrem 35 mil pessoas ao ano no país vítimas destes tipos de acidentes, o que dá 95 pessoas mortas ao dia, significa uma pessoa morta a cada 15 minutos. Já é um número assustador e absurdo, e que infelizmente não é uma realidade só brasileira. Tanto que para a ONU (Organização das Nações Unidas) e para a OMS (Organização Mundial de Saúde), os acidentes de trânsito são uma pandemia e que se não for combatida de forma séria nos próximos 20 anos, se tornará a principal causa de mortes em todo planeta.
Mas a realidade brasileira é mais assustadora do que se mostra, já que estes números são de vítimas que foram a óbito no momento do acidente, não sendo contabilizadas aquelas pessoas que falecem horas, dias ou até mesmo meses e anos depois, cujo nexo causal da morte é o acidente de trânsito. Se estes forem levados em consideração, chegaremos perto de 150 mil vítimas fatais por ano, o que daria, em média, 411 mortos ao dia e a assustadora média de 17 vítimas fatais por hora. Infelizmente, tem mais: Estes números contabilizam apenas as vítimas diretas dos acidentes de trânsito. Outros dados dão conta de que 62,8% dos leitos hospitalares são ocupados por acidentados não fatais do trânsito, o que nos faz pensar que, se você tem algum problema de saúde que seja necessária internação, a chance de conseguir uma vaga cai para menos de 40%. Isto em se tratando de saúde nos hospitais tanto privados quanto públicos em nosso país é um risco a mais para a vida...”
Estas considerações e o teor de todas as outras manifestações que a mim chegaram servem para reforçar o quanto é importante que busquemos alternativas e iniciemos um trabalho que envolva toda a comunidade. Só num movimento conjunto conseguiremos modificar esta terrível estatística do trânsito. Só com a participação de toda a sociedade teremos condições de reverter este quadro funesto.
Com a Frente Parlamentar vamos levantar os números locais, obter dados sobre os pontos críticos em Montenegro. A partir destas informações, poderemos traçar uma estratégia para reverter os índices de acidentes. Fazer um trabalho focado na educação, na engenharia e no esforço legal, trinômio apontado pelos especialistas como melhor – senão único - caminho para solucionar o problema.
A Frente é parlamentar, mas o movimento é de todos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Artigo: "Trânsito" (02/04/2012)

As mortes e mutilações no trânsito vêm sendo discutidas, em âmbito mundial, há bastante tempo, justamente pelo crescente volume de acidentes e de vítimas. A ONU – Organização das Nações Unidas – propôs, inclusive, a criação da “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”, entre 2011 e 2020, com metas para reduzir, neste período, o número de acidentes pela metade.
Nossa cidade não tem uma realidade diferente do resto do mundo. Pelo contrário. As estatísticas mostram que o trânsito aqui também é violento. Todos os dias os meios de comunicação montenegrinos trazem notícias sobre acidentes de trânsito. Muitos deles fazendo vítimas fatais, dilacerando famílias e ceifando da sociedade muitos cidadãos em idade produtiva.
No Seminário Regional de Trânsito, realizado na quinta-feira passada, foram apresentados alguns dados alarmantes: Hoje, morrem mais de um milhão e meio de pessoas no mundo em acidentes de trânsito. Até o ano de 2014, a estimativa é de que 140 mil pessoas morrerão no trânsito brasileiro. O major Ordeli Savedra Gomes, um dos palestrantes, fez questão de frisar que 140 mil brasileiros não assistirão a Copa do Mundo no Brasil, vitimados pelo trânsito. Nos últimos dez anos, registramos um crescimento de 7% no número de veículos no Brasil. Pois neste mesmo período, o número de vítimas fatais por acidentes aumentou nesta mesma proporção.
Apesar das estatísticas funestas, existe a esperança de reverter este quadro. Mas para isso é necessário haver uma mudança de atitude, de postura diante das ocorrências. Precisa haver um trabalho amplo e perseverante, baseado em três pontos fundamentais: educação, engenharia e esforço legal.
O trânsito é um tema pertinente e que merece atenção tanto do poder público quanto da sociedade. Todos nós temos responsabilidades, seja como políticos, cidadãos, motoristas, ciclistas ou pedestres. Cada um deve e pode contribuir para a segurança no trânsito de Montenegro.
Como a Câmara de Vereadores, através de seus integrantes, tem sido atuante nas tantas e inúmeras questões relacionadas à cidade, encaminhei na última sessão um requerimento para que seja criada a Frente Parlamentar pela Segurança no Trânsito. Estou propondo a formação de um órgão de auxílio, propositivo, fiscalizador e parceiro nas ações que visam diminuir a imprudência e violência nas ruas e estradas.

Se é possível colaborar, então queremos ser parceiros. Se é possível reverter estatísticas negativas, temos disposição, e porque não dizer obrigação, de atuar. Este é o nosso objetivo. Nosso dever, intenção e propósito.

Artigo: "Transparência" (26/03/2012)

Ao longo deste mandato de vereador busquei a participação efetiva da população, valorizando cada idéia, opinião e cada oportunidade de aproximação com a comunidade. Desde 2009 estamos fomentando grupos de trabalho, promovendo reuniões públicas, estimulando a sociedade civil organizada a tomar parte nas discussões e decisões dos temas da cidade.
Avançamos na forma de tratar as coisas públicas, de encaminhar e defender os interesses da população. De mostrar o valor e a importância do trabalho da Câmara. De manter a harmonia – com independência – com os demais poderes.
Neste sentido, as reuniões se tornaram praxe na Câmara. Reunindo representantes da Administração Municipal e outros órgãos, bem como as pessoas interessadas no assunto em tela, os encontros oportunizam esclarecimentos, troca de informações, emissão de opiniões e sugestões de melhoria.
Nesta linha, ainda, em 2010, através de uma Indicação propus que a Prefeitura de Montenegro criasse o programa "Cidade Transparente", através de um portal, no site oficial do município. Que nele constassem dados sobre as ações, custeio, investimentos, obras, prazos e projetos. O portal seria mais uma alternativa para prestar contas à comunidade sobre o que está sendo feito com os recursos públicos. Também uma ferramenta importante para anunciar projetos cuja execução representa obras e serviços para os cidadãos.
Naquela oportunidade justifiquei que outros municípios já haviam adotado tal medida e conseguido, com a transparência dos seus atos, que a população fosse mais participativa na tomada de decisões. Frisei que entender o orçamento municipal é difícil para a maioria das pessoas, pois muitos não estão familiarizados com os termos técnicos, a complexidade das rubricas, com os processos que envolvem qualquer obra ou investimento. Que somente conhecendo a real situação financeira do município e tendo clareza do que se quer com os projetos e de que forma serão executados estaremos estimulando a população a comparecer e interagir nas audiências públicas.
Acredito que estas considerações são importantes neste momento em que somos obrigados a encaminhar uma convocação para que a Administração Municipal compareça em uma reunião, pois ela não se dispôs a atender um convite oficial do Legislativo.
Temos procurado cumprir nosso dever de fiscalizadores e buscado, insistentemente, incluir os montenegrinos – de todos os segmentos – na discussão dos temas da cidade. Defendido a transparência em todos os momentos e ações. Esperávamos encontrar a mesma disposição e interesse do outro lado. Uma pena, mas não foi o que aconteceu, pelo menos desta vez.