segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Artigo: "Contratos de longo prazo" (29/08/2011)

Não é de hoje que venho atentando para a questão dos contratos municipais, sobremaneira aqueles de longo prazo, que na maioria das vezes tratam de serviços essenciais, cuja suspensão pode causar um colapso na rotina da cidade. Falei em relação à coleta de lixo, que vem sendo prorrogada de forma contínua e emergencial, sem que haja uma solução mais definitiva. Abordei o abastecimento de água, cujo novo contrato ainda não está concluído.
Além destes, está na iminência de expirar o contrato do transporte público, assinado em janeiro de 2007, com prazo de cinco anos, e que pode ser renovado por igual período, se houver manifestação neste sentido por parte da concessionária do serviço (seis meses antes) e se a Administração Municipal entender que a continuação é melhor do que abrir um novo processo licitatório. Estamos questionando, através de Pedido de Informação, qual a intenção do Executivo com relação à concessão do transporte coletivo. Se a empresa já demonstrou interesse em continuar e quais as providências adotadas relativamente a este assunto.
Paralelo, também estamos propondo uma reunião para discutir o tema. É importante que saibamos o que está sendo planejado, em que “pé” está a negociação. Se já iniciou, quais os termos. Faltam quatro meses para o fim do contrato e sabemos que, em se tratando de serviço público, há sempre muita morosidade e vários trâmites burocráticos até o acerto final. Por isso a preocupação. O prazo de 120 dias não deveria, mas pode ser insuficiente.
O Pedido de Informação ou o Requerimento para reunião não significam crítica ao serviço prestado. A preocupação maior, neste momento, é com o andamento do processo por causa da aproximação do fim da vigência do contrato. A partir do momento em que tivermos conhecimento da forma como o processo está sendo conduzido e qual o entendimento da Administração – e também da empresa – quanto à renovação, é que poderemos avançar para a discussão do que pode (e deve) ser melhorado. Sem saber o que está acontecendo, é prematuro fazer qualquer tipo de avaliação.
Mais uma vez estamos usando as ferramentas à disposição dos legisladores para tratar de questões importantes no dia-a-dia da comunidade. Poderíamos deixar o prazo do contrato expirar e então, e só então, caso o serviço ficasse prejudicado, discursar sobre a falta de planejamento e os problemas causados. Ou, quem sabe, poderíamos simplesmente mencionar que seria interessante obter informações sobre o assunto sem, no entanto, propor nada na prática. Mas não. Optamos por indagar oficialmente e solicitar um encontro, a fim de sanar as dúvidas e conhecer a proposta. Continuar na mesma linha que adotamos no início do mandato, de prestigiar a responsabilidade, a participação e transparência, com o aval e a aprovação dos demais membros do Legislativo.

Artigo: "Onipresença e rapidez" (22/08/2011)

Particularmente gosto muito das atuais ferramentas de comunicação. Nem lembro mais como era antes. Quase nunca me separo do celular e grande parte do tempo passo “conectado”. Confesso, no entanto, que sou mais um curioso do que um expert. E que minha admiração nada tem a ver com a intrincada tecnologia. Vem da agilidade e da amplitude que elas me proporcionam. Ah! Como conseguimos ser rápidos com estas ferramentas. Mesmo assim ainda falta tempo para resolver tantas coisas.
Se não me falha a memória, já abordei aqui neste espaço que é impossível saber de tudo que acontece na cidade. Não somos onipresentes. Não raras vezes as pessoas se espantam quando digo que não tenho ciência deste ou daquele fato. Procuro estar sempre bem informado, mas há acontecimentos que me escapam. Se ninguém me conta eu “passo batido”, como se diz.
Por isso, desde o início do meu mandato procurei criar meios (site, emails, boletins de notícias e informativos de prestação de contas) que aproximassem a comunidade e estimulassem a participação das pessoas. Quando pensei que estava bem em termos em comunicação, apareceram as redes sociais fervilhando de opiniões e idéias. Com ponto e contraponto. Campo para todo o tipo de manifestação. Mais uma vez lá estava eu tentando aprender a me comunicar e interagir também neste ambiente. Pergunta daqui como se faz. Questiona dali como funciona. Ajuda daqui, ajuda dali e pronto. Sou membro de diversas comunidades. Participativo, sempre que possível.
O que deve ficar claro, porém, é que apesar do meu interesse e da minha disposição em aprender e fazer parte deste vasto espaço virtual, eu não posso dedicar a ele todo meu tempo. Existem outros afazeres e compromissos. Muitos assuntos que ainda precisam ser tratados da maneira tradicional. Seguir aqueles ritos burocráticos e morosos.
Quero acreditar que estou no caminho certo e que minhas manifestações são válidas pelo teor, pela qualidade. Não pela quantidade de respostas ou comentários. Até porque, esta é uma questão complicada. Se falo e proponho muito, sempre há quem me acuse de querer monopolizar ou ganhar visibilidade. Se fico longe, por conta das circunstâncias de trabalho ou da vereança, me criticam por omissão.
Mas eu gosto disso. Dessa movimentação. Dessa agilidade. Das opiniões heterogêneas. Sinto-me integrado e vou aprendendo. Ávido, cada dia uma coisa nova, um passo diferente. Tento aprender e contribuir. Depressa, porque sei que nem mesmo dominei esta e já há de aparecer outra ferramenta. Ainda mais moderna e bem mais rápida.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Artigo: "Homenagem aos Robertos" (15/08/2011)

Mesmo que um dia atrasado, quero parabenizar todos os pais montenegrinos pelo dia de ontem. Desejar saúde, para que possam ainda por muito tempo acompanhar a trajetória de seus filhos. Paz, a fim de que sejam sempre o porto seguro, e sabedoria para que compreendam a dimensão da sua responsabilidade.
Aqueles que me conhecem sabem do orgulho, amor e gratidão que tenho pelo meu pai. Que sempre externo estes sentimentos e na grande maioria das vezes quando falo nele – Roberto Atayde Cardona – me emociono. Impossível evitar. Aliás, já nem tento mais disfarçar. Aprendi a conviver com a saudade e descobri que seguir os ensinamentos que ele deixou, como de pai de família e homem público, é a melhor forma de honrar a sua memória.
A presença de meu pai ainda é muito forte, apesar dos longos anos de ausência. Muito pela sua importância familiar. Outro tanto porque volta e meia alguém lembra sua atuação política. Seja numa situação ou outra, ele é exemplo. Simboliza aquilo que todos nós deveríamos almejar. Significa tudo que desejo ser para os meus filhos. Se algum dia eles tiverem por mim o respeito e o orgulho que tenho pelo que o meu pai foi, terei cumprido minha missão. Saberei que fiz a coisa certa. Como homem e como político.
Entrar na vida pública não é uma decisão fácil. Não o foi nem para mim, que desde pequeno convivi com as questões político-partidárias. Justo porque não nos tornamos um “ente” público sozinho. Envolvemos a todos que são próximos. A família, principalmente. Não há como blindá-la. O que fazemos repercute. A conseqüência de nossas ações reflete também nela.
Eu tenho um exemplo a seguir e um legado a preservar. Sou afortunado, eu sei. Mas isso só aumenta a minha responsabilidade. Tenho consciência disso e busco todos os dias manter o padrão de ética, trabalho e honestidade que recebi do meu pai. Procuro repassar, no dia-a-dia, este comportamento para os meus filhos. Sei que hoje sou o espelho deles e que depende da minha atuação para que vejam uma imagem bonita e positiva.
Neste momento pós Dia dos Pais, ainda no espírito da data comemorativa, minha homenagem a todos os “Robertos Cardonas” espalhados por aí. Homens simples, porém de enorme nobreza. Homens que educam e se dedicam aos filhos. Que procuram do seu jeito e dentro das suas limitações e possibilidades, construir um mundo melhor. Que buscam fazer a diferença. Ser dignos de confiança. Não só para os seus, mas para todos aqueles que fazem parte da sua comunidade.

Artigo: "Acesso ao conhecimento (08/08/2011)

Li, com satisfação, na edição de sábado, que em dezembro será realizado o primeiro vestibular da Unisc – campus de Montenegro. Há tempos esperávamos esta notícia, uma vez que a estrutura física está pronta e há muitos interessados nos cursos de graduação que serão oferecidos. Os montenegrinos, acostumados a percorrer longas distâncias para se graduar, terão, agora, mais uma alternativa local. Digo mais uma porque já temos a Uergs, uma grande conquista da comunidade, que desempenha importante papel de formação na área das artes.
Quando da inauguração do campus eu já expus minha opinião quanto à abrangência da vinda da Unisc. E não só na questão educacional – que é o foco - mas também no que diz respeito à revitalização da área onde a faculdade está localizada. Inevitável será a necessidade de investimentos, públicos e privados, naquele ponto da cidade, a fim de atender as demandas e oportunidades que surgirão com o crescente movimento.
Iniciativas que facilitem o acesso ao conhecimento, à capacitação e qualificação são sempre bem-vindas. Ainda mais quando sabemos que existe uma grande lacuna entre as vagas de emprego e a formação de mão-de-obra. De um lado, muitos cidadãos à procura de trabalho. No outro, empresas com dificuldade de preencher seus quadros funcionais por falta de profissionais habilitados.
Cientes desta realidade estamos organizando, na Câmara, um evento para tratar do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), através do qual o governo federal pretende oferecer oito milhões de vagas, tanto na educação profissionalizante de alunos do ensino médio, como para a qualificação de trabalhadores. Aguardamos apenas a conciliação de agendas dos representantes federais que apresentarão o programa para confirmar a data e o horário. Queremos com isso não apenas conhecer mais a fundo o Pronatec, mas colocar a região do Vale do Caí, com ênfase em Montenegro, na lista dos municípios interessados – e aptos - em receber investimentos.
Ser contemplado com o Pronatec não será tarefa fácil, haja vista que inúmeras outras localidades também estão pleiteando os cursos técnicos. No entanto, acredito na força de mobilização da nossa comunidade. No esforço conjunto e no comprometimento de todos em prol desta causa.
A ocasião é propícia para que mostremos força, união e objetividade. É momento de provar maturidade e eficiência no que tange às questões que envolvem a comunidade. Dependerá do engajamento de todas as lideranças, sejam elas públicas ou da sociedade civil, para recebermos alguma ação do Pronatec.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Artigo: "O alvo" (1º/08/2011)

Tenho vivido dias esquisitos. Não sei se esta é a definição mais exata, mas é a que me ocorre, assim, de pronto. Estou na mira. Sinto-me um alvo. Aquele “ponto preto”, no centro da tabela, que todos querem acertar. E jogam dardos. E mais dardos. Uns com força, outros com técnica, alguns a esmo. Neste dardejar constante – quase ininterrupto – há arremessos de direita e de esquerda.
Convivo bem com esta minha atual condição porque sei que na política todos têm seus dias de alvo e de dardo. Com freqüência e rapidez as posições se invertem. Não sei precisar o que é melhor ou mais fácil. Acredito, porém, que é necessário estar preparado. Quando dardo, ter convicção do ataque. Saber o que se quer e a importância de atingir. Quando alvo, sustentar a defesa. Certeza e força para impedir que acertem.
Metáforas à parte, a saída do PP do governo municipal é que me transformou no alvo. Reitero que não foi imposição minha. Nem exigência. Nem vontade única. Foi uma decisão de colegiado. O diretório – formado na grande maioria por pessoas sem cargo, que participam ativamente porque se identificam com a ideologia do partido e confiam na construção de uma cidade melhor - entendeu que a coligação não deu certo. O desgaste na relação com o PMDB e os equívocos administrativos já vinham sendo apontados e discutidos desde agosto de 2009. Está registrado nas atas das reuniões progressistas.
Falta com a verdade quem afirma que é oportunismo. Um bom número de filiados já vinha pedindo um rumo, propondo mudanças e apresentando alternativas. Cobrando de todos, inclusive de quem representa o PP na Administração Municipal, cumprimento do programa de governo. Não deu resultado e chegamos num ponto onde já não havia perspectiva, de mudança ou melhora. Então o diretório decidiu pela saída imediata.
É raso pessoalizar ou se ater somente às questões políticas (eleitorais) deste episódio. Não são as diferenças partidárias que determinam o sucesso ou fracasso de uma gestão. Pelo contrário, acho que a pluralidade equilibra e permite uma visão mais ampla. Existem muitas coligações que comprovam isso.
O que faz dar certo – ou não – é o grau de comprometimento de cada um com as propostas. É o tamanho do envolvimento. É sintonia nas ações. Quando há foco, disposição, trabalho conjunto e compromisso, a convergência é natural e traz resultados positivos. Quando não traz, é preciso verificar onde estão as falhas e corrigir o rumo.
Foi isso que o diretório do PP fez quando optou pela saída do governo municipal. Reviu sua caminhada, com coerência e autocrítica. Cansado de seguir sem direção, resolveu reencontrar o rumo. Por enquanto, sozinho.