“Os políticos ganham bem, por isso podem me ajudar”. Quantas vezes já ouvimos esta frase? Ou então aquela outra: “Lá em casa tem quatro, cinco ou seis votos. Se a gente ganhar uma ajuda, votamos em ti”. Apesar da compra e venda de votos serem crimes, é comum a prática de “doações” no meio político.
Confidencio que é frustrante este comportamento. Decepciona quando percebo que é isso que esperam de mim. O tão pouco que exigem dos políticos em geral. Que uma ajuda na compra de gás, um auxílio para a conta de água, ou luz, ou cesta básica são determinantes na hora de escolher os representantes. Que currículo e competência são secundários. Importa mais se contribuiu financeiramente com algum tipo de festividade ou evento.
Na Câmara, também recebemos pedidos de auxílio financeiro. Tanto individuais como de entidades. É bem verdade que o número de pedintes e a freqüência com que visitam os gabinetes dos vereadores reduziram. Um pouco porque concordamos, no início desta legislatura, que não usaríamos este expediente. Que tentaríamos mostrar que o papel do vereador não é ajudar individualmente ou resolver questões particulares.
Não sei até que ponto está claro para a população qual a importância e as atribuições de um vereador. Uma parcela ainda acredita que temos obrigação de auxiliar com dinheiro e solucionar dificuldades pessoais. Resultado de uma cultura pública paternalista, onde mandato tem a ver com troca de favores. Eleição e voto significam benefício pessoal ou patrocínio.
Fácil é acusar os políticos de corruptos. Difícil é entender que se alguém compra é porque tem alguém que vende. Se há corrupto é porque alguém se deixa corromper. Mais complicado é compreender que corrupção é corrupção. Não importa se envolve milhões ou pequenos favorecimentos. Quem pede, dá ou desvia alguns Reais, certamente pediria, daria e desviaria muito mais se tivesse acesso a grandes somas financeiras. Apenas uma questão de oportunidade. Sei que o sistema público é falho e que há toda espécie de necessidades que precisam ser supridas. E que um auxílio eventual, numa situação pontual, pode até acontecer. O que não podemos é aceitar isso como regra, transformando eleitores em clientes ou mandatos numa rede de favores.
Uma política honesta, séria e eficiente depende de uma mudança profunda de comportamento. Não só dos políticos, mas da sociedade como um todo. Enquanto atendemos as particularidades, deixamos de pensar no coletivo. Enquanto houver troca de favores não haverá políticas públicas eficazes. Se não mudarmos nossa forma de pensar e agir permaneceremos nesse sistema político clientelista e corrupto.
Um sistema limitado, que não cumpre seu papel, não constrói, não transforma, não satisfaz nem atende a sociedade como um todo. Um sistema onde faltam exigências, mas sobram reclamações.
Confidencio que é frustrante este comportamento. Decepciona quando percebo que é isso que esperam de mim. O tão pouco que exigem dos políticos em geral. Que uma ajuda na compra de gás, um auxílio para a conta de água, ou luz, ou cesta básica são determinantes na hora de escolher os representantes. Que currículo e competência são secundários. Importa mais se contribuiu financeiramente com algum tipo de festividade ou evento.
Na Câmara, também recebemos pedidos de auxílio financeiro. Tanto individuais como de entidades. É bem verdade que o número de pedintes e a freqüência com que visitam os gabinetes dos vereadores reduziram. Um pouco porque concordamos, no início desta legislatura, que não usaríamos este expediente. Que tentaríamos mostrar que o papel do vereador não é ajudar individualmente ou resolver questões particulares.
Não sei até que ponto está claro para a população qual a importância e as atribuições de um vereador. Uma parcela ainda acredita que temos obrigação de auxiliar com dinheiro e solucionar dificuldades pessoais. Resultado de uma cultura pública paternalista, onde mandato tem a ver com troca de favores. Eleição e voto significam benefício pessoal ou patrocínio.
Fácil é acusar os políticos de corruptos. Difícil é entender que se alguém compra é porque tem alguém que vende. Se há corrupto é porque alguém se deixa corromper. Mais complicado é compreender que corrupção é corrupção. Não importa se envolve milhões ou pequenos favorecimentos. Quem pede, dá ou desvia alguns Reais, certamente pediria, daria e desviaria muito mais se tivesse acesso a grandes somas financeiras. Apenas uma questão de oportunidade. Sei que o sistema público é falho e que há toda espécie de necessidades que precisam ser supridas. E que um auxílio eventual, numa situação pontual, pode até acontecer. O que não podemos é aceitar isso como regra, transformando eleitores em clientes ou mandatos numa rede de favores.
Uma política honesta, séria e eficiente depende de uma mudança profunda de comportamento. Não só dos políticos, mas da sociedade como um todo. Enquanto atendemos as particularidades, deixamos de pensar no coletivo. Enquanto houver troca de favores não haverá políticas públicas eficazes. Se não mudarmos nossa forma de pensar e agir permaneceremos nesse sistema político clientelista e corrupto.
Um sistema limitado, que não cumpre seu papel, não constrói, não transforma, não satisfaz nem atende a sociedade como um todo. Um sistema onde faltam exigências, mas sobram reclamações.