sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Artigo: "Soluções de continuidade" (20/12/2010)

Bem, estamos finalizando mais um ano. É quase Natal e nestes dias que ainda restam de 2010 nos dividimos entre aquela tradicional reflexão sobre o período que está findando e os planos para o ano novo. É difícil escapar do sentimento de que terminamos 2010 do mesmo jeito que encerramos 2009.
Dois exemplos que fortalecem essa sensação “dejavú” podem ser tirados da Câmara. Nesta semana, outra vez, votamos a devolução de recursos federais. Podem aparecer dezenas de explicações ou argumentos, mas nada justifica o fato de que o Município não está tendo competência para administrar os recursos que recebe.
Faltou gestão, plano de aplicação, agilidade e força política para utilizar a verba em outras obras, já que os postos de saúde a que se destinavam já estavam prontos. Recai naquela minha velha ladainha sobre planejamento. Buscamos emendas. Visitamos órgãos federais e deputados em busca de recursos quaisquer. Na maioria das vezes sem projeto, sem proposta concreta. Se o dinheiro vem corremos para obedecer ao cronograma. Às vezes dá certo, outras tantas não, como mostram os inúmeros valores devolvidos durante o ano.
Nesta semana, ainda, entraram dois projetos para repasse de recursos do Legislativo para a Sociedade Beneficente Espiritualista (mantenedora das creches do Lar do Menor) e para a Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (mantenedora do Hospital Montenegro). Não questiono o repasse. A sobra de orçamento da Câmara, com certeza, estará muito bem aplicada nestas duas entidades. O intrigante é que em 2009 vivemos esta mesma situação. Isso só me faz concluir que empurramos o problema “com a barriga”. Passamos um ano inteiro discutindo sem solucionar.
Tudo bem, que a questão das creches, assim como do hospital, é difícil de resolver de uma hora para outra. Porém, sequer chegamos numa estratégia de médio e longo prazo que possa ao final, transformar a realidade. Mudar de forma definitiva a situação das duas entidades. Reconheço que houve inúmeras reuniões e empenho de diversos segmentos. Mas solução...
Quem sabe possamos usar este período de reflexão para reavaliar nossa forma de atuação. Nossa agilidade, eficiência e participação. Possamos, ainda, rever nossas atitudes, corrigir os rumos e encontrar soluções de continuidade. Desejo a todos Feliz Natal. Repleto de paz, amor, saúde, sucesso e muitas ações planejadas e eficientes.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Artigo: "Voltaremos" (13/12/2010)

Compromissos de última hora, no sábado, impediram a continuidade da distribuição da minha prestação de contas pelas ruas da cidade. Mas na sexta à tardinha, apesar do sol a pino, estive na sinaleira entre as ruas Buarque de Macedo e Osvaldo Aranha. Melhor dizendo, estivemos. Eu, minha esposa Elisi e minha filha mais velha, Roberta. Aproveitamos o intenso movimento de final de tarde – o local sempre “ferve” naquele horário – para iniciar a entrega do material.
Apesar do contato rápido, pois é preciso aproveitar a parada no sinal vermelho, sempre dá para proferir um agradecimento e ouvir uma, talvez duas, no máximo três, frases de quem está passando. É gratificante perceber que quase todos têm um sorriso de apoio. Um olhar solidário. Palavras de incentivo. Claro que alguns sorriram penalizados, pensando no sol escaldante e no calor do asfalto. Outros, ainda, foram simplesmente educados. Pegaram o “jornalzinho”, mas sem intenção de conferir o que está escrito. Sem interesse, mas respeitosamente. E lógico, encontrei também uns poucos, ainda bem, arredios e contrariados.
O fato é que desta vez, mais do que fazer observações ao trabalho, ao futuro ou sobre minha atuação como vereador, a grande maioria considerou a cidade. No todo. No geral. Pediu mais cuidado, carinho, atenção, dedicação. Percebi carência. Uma necessidade enorme de atitudes mais positivas. De perspectivas. Mais esforço. De resultados.
A leitura que faço dos comentários que ouvi, das opiniões externadas em meio ao trânsito apressado de fim de tarde, é que precisamos melhorar nossa auto-estima. Reencontrar nosso orgulho montenegrino. Como? O que fazer para diminuir (ou findar) esta distância entre o que somos e o que queremos ser?
Minha “blitz” de prestação de contas registrou insatisfação e inconformismo. Isso é bom. Muito melhor que resignação. Acima, bem acima, de renúncia. Se não estamos conformados há possibilidade de mudança.
De novo a pergunta: Como? Podemos começar externando opiniões, direcionando críticas, apresentando sugestões. Participando, enfim. Temos de nos apropriar dos temas relacionados à cidade. Marcar presença, cobrar. Uma boa oportunidade será a discussão do novo Plano Diretor, que ao que tudo indica, será encaminhado para a Câmara nos próximos dias.
Na hora e meia de contato, quem sabe um pouco mais, consegui observar muito. Cada sorriso ou palavra de incentivo foram doses de encorajamento. Mesmo as carrancas ajudaram a motivar. E foi apenas o começo da distribuição. Como eu disse, precisei adiar a entrega, que deverá ser realizada no decorrer desta semana.
Voltaremos. Não é plágio. É certeza. Responsabilidade de político, com mandato de vereador. Compromisso de família. Para mim, duas coisas sagradas.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Artigo: "Prestar Contas" (06/12/2010)

Nos próximos dias os montenegrinos me encontrarão em diversos pontos da cidade entregando a prestação de contas 2010. Já estamos organizando a “blitz” de trânsito para distribuir o material, a exemplo do que aconteceu no ano passado. É uma rotina que mantenho e gosto muito. Minha família também se engaja e digo, com certo orgulho, que também apreciam o contato direto com as pessoas.
A decisão de entregar pessoalmente a prestação de contas foi tomada na eleição de 2008. Naquela época saí às ruas para pedir o voto dos montenegrinos. Passado o pleito, retornei para agradecer e, em resposta à confiança em mim depositada, prometi manter a “blitz” e prestar contas das minhas ações como vereador.
Aliás, tenho defendido, de inúmeras formas e em diversas oportunidades, a aproximação com a comunidade. Ficar mais perto não é tarefa fácil, eu sei. Por vezes, não é o vereador que está longe. É a população que se afasta. Como se o fato de ter elegido seu representante fosse suficiente. Não é. Pelo contrário. É preciso estar atento, acompanhar, criticar, sugerir, opinar. O trabalho do legislador se fortalece quando tem respaldo. E a eleição é apenas o começo. Jamais o fim.
Ouvimos muitas queixas sobre a presença dos políticos somente em época de campanha. De nossa parte vale dizer que às vezes também nos sentimos abandonados, porque o eleitor não participa. Não atende o chamado. Não corresponde quando convidado a debater os temas da cidade. Penso que a solidão dos eleitos equivale ao sentimento de abandono a que os eleitores tanto se referem. Mais ainda quando pesquisas mostram que grande parte sequer lembra em quem votou. Ou então lembra, mas não acompanha o trabalho de quem tem mandato. Não tenho dúvidas de que esta indiferença, ou desinteresse, é pior do que conflitar opiniões e ouvir críticas.
Justamente porque não quero o isolamento e não aceito o indiferentismo é que busco criar ferramentas, alternativas, oportunidades, que me mantenham em permanente contato com os montenegrinos. Acredito que a boa política é aquela que traz resultados concretos e coletivos. Que mexe, para melhor, com a vida das pessoas. Aquela que une, provoca mudanças e mobiliza.
Mesmo que alguns não recordem se foi em mim que votaram. Eu não esqueci que fui o mais votado da história e de que preciso honrar, com trabalho e seriedade, esta confiança. Prestar contas é mais do que divulgar um resumo das atividades. É oferecer, para análise dos cidadãos, as ações do meu mandato.