segunda-feira, 26 de abril de 2010

Artigo: Cenário democrático (26/04/2010)

Estamos num ano eleitoral e daqui em diante, depois da Copa do Mundo, logicamente, a política fará parte do dia-a-dia dos brasileiros. Não haverá como escapar quando as campanhas estiverem efetivamente na rua. Todos serão atingidos, até mesmo aqueles que não gostam de política ou dizem que pouco se importam com o assunto.
Estes que votam – porque é obrigatório – mas não querem nem saber de participar, de discutir, sequer ouvir falar em política e políticos não percebem o quanto estão perdendo ou quanto deixam de ganhar quando se excluem do processo. Compreendo as razões para tanta descrença na classe política. Temos assistido a inúmeros escândalos. Visto mandos e desmandos inaceitáveis. Tráfico de influências, benefícios particulares, falta de ética... Enfim, motivos não faltam para desacreditar a política e não confiar nos políticos.
Porém, é preciso entender que a realidade não precisa ser assim. Li recentemente que na política não há vácuo. Se os bons não ocupam os espaços, eles são preenchidos pelos maus. E esta é uma verdade irrefutável. Toda vez que não participamos de alguma decisão importante, seja na nossa casa, rua, bairro ou cidade, transferimos esta responsabilidade a outro e permitimos que alguém defina por nós. E nem sempre quem nos representa age como gostaríamos ou atua como deveria.
Também por isso, senão principalmente por isso, precisamos nos cercar de todas as informações e ter plena certeza na hora de escolher quem nos representará. Em outubro iremos às urnas. Então, desde já, fiquemos atentos. Aos eleitores, peço que fiquem “ligados” e aos partidos, que tenham muita responsabilidade na hora de indicar ou apoiar candidaturas.
È comum relembrar – mesmo que na maioria das vezes seja buscando convencer a nós mesmos – o grande passo que demos na direção da democracia. Aí pensamos nas campanhas Diretas Já, no Fora Collor, na eleição (e reeleição) de um presidente sindicalista... Povo na rua, com a certeza da escolha e de um futuro melhor. Bandeira em punho na defesa do direito de escolher, de combater, de mudar.
Muito se avançou, sem dúvida, porém não podemos esquecer que para manter este cenário democrático não podemos descuidar das qualidades e capacidade de quem o construiu e tem nas mãos o poder de melhorá-lo. Este é o principal desafio, tanto dos eleitores quanto dos candidatos.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Artigo: Diversidade industrial (19/04/2010)

Toda vez que participo da inauguração de uma empresa sinto uma satisfação enorme, porque sei o quanto é preciso de envolvimento para que a efetiva instalação aconteça. Mas o esforço de toda negociação vale a pena quando se descerra a fita e se vê a unidade fabril concluída e produzindo, pronta e disposta a mudar o cenário econômico não só de uma cidade, mas de todo um estado.
Ao presenciar o começo oficial das atividades da Hexion em Montenegro, na sexta-feira passada, todos que estavam lá testemunharam um momento especial para o Rio Grande do Sul. A empresa não é um investimento isolado e não simboliza somente incremento na economia ou geração de empregos. A Hexion engaja-se à cadeia produtiva gaúcha marcando o início de uma nova e auspiciosa fase. A partir de agora, nosso estado deixa de ser importador para se tornar auto-suficiente e exportador de matéria prima para o setor moveleiro.
É preciso ressaltar que a Hexion consolida um conjunto de ações e o interesse de governos, tantos estaduais quanto municipais. Para chegarmos a esta realidade, passamos pelo mapeamento florestal do estado, ajustado no governo Yeda, pelo crescimento na produção de chapas e pelo constante desenvolvimento da indústria moveleira no estado, transformando-o num mercado promissor e confiável. Abro aqui parênteses para recordar que na gestão do ex-governador Antônio Britto é que consolidamos o distrito industrial de Montenegro. A regularização das áreas e a mudança na destinação, antes exclusiva a empresas “ligadas ao Pólo Petroquímico”, permitiram o surgimento desta diversidade industrial. Elas foram o alicerce para que tivéssemos êxito na atração de empreendimentos.
Estamos colhendo os frutos. A primeira foi a Pólo, depois vieram a Bepo, John Deere, Masisa, empresas de logística e transporte. Agora a Hexion. Empresas que incrementam a receita do município e mexem, positivamente, com toda a economia. Geram empregos qualificados, aumentam a renda média e estão comprometidas com a questão ambiental.
Parabenizo a todos que se empenharam no processo de implantação da Hexion, em especial a Administração Municipal, na pessoa do prefeito Percival, que não mediu esforços para que a negociação fosse concretizada. Aos empreendedores da Hexion, desejo muito sucesso e que a relação com Montenegro seja cada vez mais exitosa.
Parabéns comunidade de Montenegro. Seja bem-vinda Hexion Química Indústria e Comércio Ltda.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Artigo: Fazer política ou fazer votos (12/04/2010)

A maioria deve estar perguntando, depois de ler o titulo, é claro, qual a diferença entre uma coisa e outra? Pois digo que são duas coisas completamente distintas. Tenho ponderado muito sobre o meu papel político e de que forma posso contribuir neste processo de construção de uma cidade melhor para todos. Não é demagogia ou frase de efeito. Está mais para angústia e preocupação de alguém que se candidatou e se elegeu confiante em construir um amanhã mais promissor. Alguém que acredita que juntos podemos fazer a diferença, mas que percebe que política – a verdadeira e de resultados – está muito misturada com o que dá (ou tira) votos. E não consegue se encaixar neste cenário.
Nós, vereadores, como representantes da população temos de estar o tempo todo debatendo e cobrando políticas públicas que garantam ao cidadão serviços de qualidade e atendimento de suas demandas. Na saúde, educação, infra-estrutura, segurança... Não podemos fazer, mas podemos propor, discutir, cobrar e fiscalizar. E de preferência, senão essencialmente, respaldados pela opinião e participação da comunidade.
E fazer votos? Bem, ao invés de fazer política podemos fazer votos. Significa atender individualmente a Maria, o João, o José, facilitando (conseguindo) que eles pulem a fila da saúde e consigam uma consulta antes dos outros. Consigam uma vaga na creche, mesmo sabendo que existe uma fila de espera e critérios para serem seguidos. Mas, no fazer votos, quem é amigo do vereador vai lá para frente. Tira-se um e escolhe outro. Decide-se quem tem prioridade. Pode-se até definir, numa fila de espera de cirurgia, quem será atendido. Bom, se é amigo do vereador, então tem preferência. O vereador decide que o amigo dele vai primeiro. O outro? Ah, o outro vai ter de esperar, afinal ele não é amigo do vereador, do prefeito, do secretário...
Ficar a vida toda, o tempo todo, tratando daquilo que exclusivamente vai dar votos é mais fácil e cômodo, pois não tem enfrentamento. Não requer que se ouça ou se faça pela maioria. Porém, nem sempre o caminho mais fácil é o melhor. Penso que política se faz pouco e devia-se fazer mais. Discutir políticas públicas onde todos sejam atendidos. Debater planejamento urbano, crescimento da cidade, eficiência nos serviços. Questionar sobre a cidade que queremos no futuro e qual o caminho para se chegar lá.
Bem estar coletivo, com os interesses da sociedade em primeiro lugar. Esta é a política em que acredito e pela qual busquei um mandato. Nesta política o voto é conseqüência e não motivação.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Artigo: "Mesma convicção" (05/04/2010)

Depois de um mês licenciado, retorno à Câmara e a esta “tribuna”. Neste período estive afastado da função de vereador. Apenas isto, pois continuei muito próximo de tudo o que diz respeito à vida política e administrativa da cidade.
Pude refletir sobre o meu papel como político, meu trabalho como vereador e avaliar a realidade olhando de fora. Nada mudou. Nem no cenário em que vivemos nosso dia-a-dia, nem na minha forma de pensar e atuar. Minhas convicções não modificaram. Muito pelo contrário. Cada vez mais me convenço que esta é a melhor oportunidade para fazermos a diferença. Pensar políticas públicas adequadas e eficientes. É o momento para fazer acontecer.
O planejamento? Este continua no topo da minha lista. Sem ele ficaremos apenas tratando questões pontuais, encontrando soluções paliativas (e quase sempre frágeis), e jamais conseguiremos atingir a qualidade e a eficácia que tanto procuramos e proclamamos.
A participação popular? Permanece lá em cima, bem ao lado do planejamento. Continuo com o mesmo discurso e a mesma linha de ação, apesar de encontrar muitas pessoas que dizem que não gostam de política. E há muitos exemplos negativos que justificam esta postura, eu sei. Porém, acredito que política é mais do que fazer votos. É encontrar a melhor forma de garantir os direitos e deveres dos cidadãos, levando em conta as diferenças de cada um e os interesses da coletividade.
Somos nós que fazemos a política e escolhemos nossos políticos, portanto também temos responsabilidades. Está enganado quem acredita que a participação política termina com o voto. É aí que começa. A partir daí é preciso acompanhar, cuidar, manifestar, exigir, participar. Sim, porque sem a participação de todos não conseguimos mudar uma sociedade. É o respaldo da comunidade que nos impele e dá força para buscar e construir uma política de resultados.
Pois é... Cá estou eu novamente, falando de política, planejamento e participação. Um trio, na minha ótica, inseparável e essencial. E, já que estou retornando e falando das minhas reflexões, encerro com uma frase de Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.