segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Artigo: Hora de decisão (23/11/2009)

Os montenegrinos têm um importante compromisso amanhã à noite. Participar da audiência pública do orçamento que acontecerá na Câmara de Vereadores. É hora de definir onde será aplicado o dinheiro do município em 2010. Momento de mostrar, também, o quanto a comunidade quer se envolver nesta decisão.
A previsão é de que no próximo ano R$ 108 milhões estejam à disposição da população de Montenegro. Não se trata de um novo banco popular, voltado à concessão de empréstimos aos munícipes. É dinheiro público para ser aplicado na comunidade. E nós poderemos decidir o seu destino. Se deixarmos passar esta oportunidade, de nada adiantará lamentar mais tarde. Depois de votada, a proposta orçamentária torna-se lei e estes R$ 108 milhões ganham nome próprio, Lei Orçamentária Anual, mais conhecida como orçamento.
O orçamento municipal é o instrumento que permite vislumbrar qual a proposta do poder público para com a sociedade civil. De que forma serão retirados recursos da sociedade e o modo pelo qual tais recursos retornarão. Certamente haverá uma grande distância entre o que queremos e o que podemos. Assim como em nossa casa, precisaremos definir o que queremos agora, o que é essencial. Os recursos serão insuficientes para tudo que queremos. Por isto a importância de discutir nossas prioridades. O limite dos nossos sonhos tem um número e este número é R$ 108 milhões. Portanto, torna-se irresponsável dizer que tudo é pouco. Não existe mágica. Por exemplo, para aumentar o dinheiro para a saúde teremos que apontar que outras ações serão cortadas.
É preciso entender que decidir o que é prioridade não é simplesmente fazer uma lista. Enumerar do um ao dez. Priorizar, geralmente, implica em abrir mão de alguma coisa em detrimento de outra, considerada mais importante. E o que é mais importante? Bem, é esta pergunta que os montenegrinos responderão na audiência pública. O Poder Executivo já elaborou sua proposta. Cabe a nós agora, como cidadãos, analisá-la e, se for o caso, modificá-la para que corresponda às reais aspirações da comunidade. A participação da sociedade é fundamental para que o debate seja franco, as reivindicações justas e que se tenha clareza do que é ou não exeqüível.
Está em nossas mãos definir para onde irão os R$ 108 milhões do orçamento municipal. Temos a opção de participar da audiência e manifestar nossa opinião, contribuindo para que o destino do dinheiro seja aquele almejado pela maioria dos montenegrinos. Ou então, deixar que os outros decidam e, neste caso, correr o risco de ver as nossas demandas ficarem de fora. E o que é pior, sem legitimidade para reclamar depois.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Artigo: Estratégia para emergências (16/11/2009)

A idéia inicial para a coluna de hoje era o troféu Gestor Público, que Montenegro conquistou com o projeto “Educação Fiscal: Aprendendo a ser cidadão”, justo reconhecimento à proposta que já conseguiu o engajamento da comunidade, principalmente através da participação das escolas. Porém no final de semana, quando me sentei para redigir o texto, o espírito de comemoração já tinha esmorecido, cedendo lugar à preocupação, por conta dos inúmeros relatos sobre os estragos que as últimas chuvas causaram. Fiquei remoendo o que ouvi, pensando no meu próprio medo durante as chuvaradas, e refletindo sobre os comentários pós-temporais. Definitivamente, sem trocadilho, o clima para escrever sobre o troféu se foi.
A sensação de impotência nas enxurradas não é novidade. Desde sempre, quando a natureza resolve mostrar a sua fúria, deixa um rastro de destruição. Temporais sempre existiram, talvez apenas em intensidade e intervalos diferentes. Não quero entrar no mérito de analisar as causas, até porque os cientistas têm versões diferentes para os eventos climáticos que ocorrem no mundo todo. Se os estudiosos no assunto não conseguem explicações convincentes, não serei eu, um leigo, a querer argumentar.
Também não vou me ater aos alagamentos, estes sim, mais recentes e, a cada chuvarada, mais rápidos e intensos. No centro, dizem, com a construção do conduto, em breve este problema estará sanado. Tomara! É o que todos esperam, dada importância da obra e o investimento feito.
Mas enfim, a questão crucial, no meu entender, é refletir sobre o que estamos fazendo para evitar os prejuízos, além do famoso conduto, é claro. Investimos o suficiente em infra-estrutura? Conseguimos conter a ocupação desordenada, sobremaneira nas áreas de risco? Estamos preparados para enfrentar emergências? Organizados para atender, de maneira rápida e eficiente, aqueles que são atingidos? O socorro não pode esperar. É necessário que se tenha um plano de ação para colocar em prática sempre que houver intempéries de grandes proporções. Falo de ajuda material e de ajuda humana no resgate e reconstrução. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros são incansáveis e seus bravos integrantes certamente ficariam felizes se tivéssemos, no município, uma estratégia para casos extremos. Se houvessem recursos financeiros, humanos e materiais disponíveis.
Não podemos conter a natureza, mas podemos nos preparar para enfrentá-la e, principalmente, nos organizar para prestar socorro e amenizar os danos. A rapidez na ajuda é dever de todos – poder público e sociedade civil - e faz uma diferença enorme.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Artigo: Estímulo à produção técnica e científica (09/11/09)

Para inovar na educação é preciso superar o giz e o quadro negro (que, aliás, há muito tempo não é mais negro). É isso que a Escola Técnica São João Batista fez mais uma vez na semana que passou, quando promoveu a 13ª Expotec. Sabemos que nas escolas públicas a falta de condições adequadas para os estudos é uma constante. A batalha é diária para manter um padrão de ensino elevado e que venha ao encontro dos objetivos e demandas. Mesmo assim, alunos e professores do São João conseguiram verdadeira proeza.
Quem passou pelos corredores da Expotec, realizada no CTG Os Lanceiros, ficou impressionado com a produção técnico-científica, com a criatividade e variedade dos trabalhos apresentados. Eventos assim são muito importantes para incentivar trabalhos interdisciplinares e valorizar a atitude investigativa nas escolas. Além disso, tornam mais fácil para os alunos relacionarem a ciência estudada em sala de aula com temas da realidade. Lá estavam a preocupação com o meio ambiente, estudos sobre a nossa cultura, tradições, reaproveitamento de materiais... Enfim, uma gama imensa de propostas testadas, defendidas e explicadas pelos seus autores. Jovens orgulhosos pelos seus trabalhos que, como disse a ex-diretora “Nica” no discurso de abertura, são brasileiros privilegiados por integrarem uma instituição de ensino pública de qualidade. Aliás, abro um parêntese para manifestar minha admiração por esta ex-diretora que com sua capacidade e competência, idealizou este projeto e transformou o nosso São João em uma referência de ensino público de qualidade.
A Exposição de Trabalhos Técnicos de 2009 ultrapassou as expectativas. Todos ganharam com o evento e os participantes merecem nossos aplausos. Quanto à Escola Técnica São João Batista, novamente mostrou seu diferencial, pois é uma instituição que vai além do cumprimento do seu papel educacional. Engajada à comunidade, busca aperfeiçoamento e melhoria constante na formação dos seus alunos. Tem compromisso com o saber e transforma a realidade, deixando a sua marca em todos os jovens que por ali passam. Supera os obstáculos e se faltam recursos para investimento e ampliação, sobram comprometimento, responsabilidade e dedicação.
Fiquei emocionado na abertura da exposição, pois vendo o brilho nos olhos dos alunos, professores e pais, orgulhosos e entusiasmados com seus feitos, reforcei minha crença de que este país tem jeito e o caminho que acredito passa, indubitavelmente, pela educação.