segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Artigo: Lazer planejado (11/01/2010)

É verão. Claro que todos já percebemos isso. A sensação de 40 graus à sombra, que faz suar dia e noite, não nos deixa esquecer que estamos na estação mais quente do ano. Enquanto uma parcela da população aproveita as férias no litoral, parte dela, talvez a maioria, fica na cidade. E aí surgem os problemas de sempre. Quais as opções que os montenegrinos têm para o lazer neste período?
Não quero ser repetitivo, mas não posso deixar de aproveitar o momento para falar de um assunto que reiteradas vezes já abordei aqui nesta coluna: planejamento. Somos privilegiados com espaços naturais, mas não sabemos tirar proveito deles. Temos uma diversificada cultura, mas não nos organizamos para fazer dela um atrativo turístico. O balneário não poderá ser aproveitado porque não está em condições de receber visitantes, depois de ser atingido pelos temporais de setembro. Carnaval está cancelado. O Parque Centenário continua na mesma. O Morro São João nem vou citar. Não sei se alguém ainda se aventura a subir para contemplar a paisagem lá de cima.
Estes apenas alguns exemplos. O que falta para que se faça algo mais para o lazer da cidade? Planejamento. É preciso que se faça um inventário do que se tem e o que pode ser feito para que os espaços realmente sejam utilizados. Pelos montenegrinos e por visitantes. Está comprovado que os atrativos turísticos criam possibilidades para a revitalização da identidade cultural, da preservação dos bens naturais e culturais e das mais ricas tradições. Em suma, as atividades turísticas geram mecanismos de sustentabilidade e espaços propícios às expressões culturais. E não só no verão. Podemos criar projetos que ocupem os espaços o ano inteiro. Programas diferentes, com peculiaridades inerentes a cada estação.
Acredito que este planejamento deva ser iniciado o quanto antes, a fim de que não desperdicemos mais um verão. Quem sabe usar como modelo o projeto “Uma Arte de Natal”, realizado em 2009, quando diversas entidades, mais o Poder Público, conseguiram unir forças e criar um programa único com diversas atrações, realizadas em vários pontos da cidade. Uma parceria que deu certo e contou com um grande número de voluntários na sua execução. Pessoas que perceberam que havia um projeto, uma estratégia, com ações e cronograma previamente definidos. Viram que havia planejamento e acreditaram. Engajaram-se e deu certo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Artigo: Rumo certo (04/01/2010)

Deixando para trás a indolência que os feriados prolongados sempre causam, é hora de recomeçar. Quem sabe aproveitar esse período de férias, quando tudo acontece num ritmo menos acelerado, para reprisar as ações que já foram desencadeadas e planejar os passos seguintes.
Leio nos jornais montenegrinos, com alento, que 2010 será um ano de muitas obras. Que a expectativa é de um período fértil, de execução de projetos e programas. Lembrando da metáfora que usei num outro texto que escrevi, parece que há vários barcos ancorados, prontos para navegar, esperando apenas as coordenadas para saber qual o rumo seguir e em que porto chegar. O sucesso da jornada desses barcos depende da competência e da vontade dos seus navegadores.
Nesta jornada marítima de 2010, todos somos marinheiros. Cada um tem uma tarefa a cumprir para que a viagem transcorra tranquila, em tempo, com êxito. Cada qual, na sua incumbência, é importante para que encontremos o porto certo.
Pois é justamente sobre essas incumbências e responsabilidades que quero falar. Diferentes, mas entrosadas. Independentes, porém harmoniosas. Não se pode esperar opiniões e ações iguais entre tripulantes diferentes, com funções diversificadas. O que se deve buscar é uma sintonia. Respeitar as diversidades, estimulando o comprometimento de todos para que busquem o mesmo rumo e se esforcem para chegar ao porto mais seguro.
Alguém há de perguntar sobre as coordenadas. Afinal, quem é responsável por elas? Quem decide o rumo do barco? Sempre é a tripulação. Ela quem escolhe o capitão que chefiará a embarcação e nas mãos dela está a condução do barco. É o empenho da tripulação que fará o barco encontrar o seu porto. E o sucesso da viagem dependerá do grau de conexão entre quem comanda, ou lidera, com os seus tripulantes.
Então, comecemos desde já a cumprir nossas tarefas. Estejamos a postos. Os barcos estão prontos para partir. Fiquemos atentos, a fim de que eles encontrem o porto certo. Estejamos ao lado do capitão, realizando as funções que nos são atribuídas, mas sabendo que podemos, a qualquer momento, se necessário, pedir que o caminho seja corrigido. Interferir na direção.
Por mais que o capitão queira, as águas, por vezes, podem desviar o barco do destino. Aí cabe à tripulação mostrar a sua força e apontar qual o rumo certo e como fazer para chegar lá.