segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Artigo: Melhor é fazer (28/12/2009)

No primeiro texto que escrevi para este espaço, em março, coloquei que não sou um conformista e nem tenho por hábito fixar minha energia em problemas e coisas negativas. Gosto mesmo é do desafio de encontrar as soluções. De buscar alternativas. De enfrentar os percalços e olhar para frente.
Justamente por isso, nesta última coluna do ano, não vou fazer uma retrospectiva de 2009. Prefiro me ater aos planos para 2010. Não significa que quero esquecer 2009. Pelo contrário, pois foi um ano muito importante. Minha volta ao Legislativo, ser presidente da Câmara, o trabalho para envolver a comunidade, a participação das pessoas... Isso tudo fez parte de 2009 e certamente estará presente em 2010, exceto pela presidência, que deixo nesta semana.
Várias pessoas me questionam sobre o que esperar do Ano Novo. Eu respondo que esta não é a pergunta certa. Porque o melhor a fazer não é esperar. A pergunta certa é o que podemos fazer em 2010 para que seja diferente, para que seja melhor.
Então, quem sabe, o ideal seja começar por ai. Traçar planos e metas. Pensar no que queremos e agir para que consigamos alcançar os objetivos. Nada de esperar. De achar que vai ser diferente só porque há um número novo no calendário. Nada de ficar aguardando que os outros decidam e façam por nós. O resultado, para melhor ou pior, depende do esforço que cada um faz para cumprir seu papel na sociedade. Precisamos comemorar o que conquistamos neste ano que chega ao fim. E foi muito que avançamos. Porém, não podemos esquecer dos erros cometidos, pois são com eles que aprendemos.
Desejo a todos um 2010 repleto de saúde e sucesso. Um ano de muito otimismo, mas com responsabilidade. De muita disposição e comprometimento. Aos montenegrinos, aqueles de nascimento ou de coração, faço um voto especial. Que tenham muita atitude e possam, com a sua participação, transformar sonhos em realidade, dificuldades em motivação, projetos em conquistas, trabalho em felicidade.
Que venha 2010! Feliz Ano Novo!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Artigo: Sucesso aos formandos (21/12/2009)

Na semana de Natal, entre tanto corre-corre, confraternizações, amigos secretos, votos de paz e amor, quero abordar um assunto que é tão inerente a esta época do ano quanto luzes e árvores enfeitadas. Estou me referindo às formaturas.
As formaturas, mais do que a “folhinha”, demonstram que o ano está findando. Elas, mais do que qualquer mensagem otimista, sinalizam a esperança. Sim, porque é esperança que vemos em cada rosto, notamos em cada palavra proferida durante as solenidades.
Neste período, misturado à movimentação frenética que antecede as festas de fim de ano, a cidade recebe uma enorme gama de jovens aptos para o trabalho. Jovens dispostos a colocar em prática o que aprenderam ao longo de três ou quatro anos, sempre à custa de muito sacrifício e dedicação.
E o que estes indivíduos esperançosos, orgulhosos e preparados para o mercado de trabalho podem esperar, além dos nossos votos de sucesso? O que será que pensam, quando recebem o diploma do ensino médio ou de um curso profissionalizante? O que querem? O que temem?
Montenegro pode se orgulhar de suas instituições de ensino profissionalizante, tanto públicas quanto privadas. Estamos muito próximos, inclusive, de ter uma universidade. Não faltam opções de cursos. Tomara que não faltem oportunidades de trabalho.
Então, seguindo a tradição de Natal, da qual ninguém escapa, faço meu pedido a Papai Noel. Como sei que muitos estão desejando saúde, amor, sucesso, felicidade, paz, harmonia e prosperidade, vou pedir algo diferente, mas que no final resulta em tudo isso. Peço que todos os formandos de 2009 possam, logo à frente, encontrar um emprego na sua área. Que possam iniciar uma carreira profissional e conseguir realização dentro dela. Que jamais se arrependam da escolha que fizeram e seu sucesso possa estimular outros jovens a buscar capacitação e qualificação.
Mas não desejo o melhor apenas para os formandos deste ano. Quero que todos os montenegrinos tenham um abençoado Natal e consigam encontrar o verdadeiro sentido desta festa, que marca o nascimento Daquele que nos ensinou a não fechar os olhos às diversidades e nem cruzar os braços quando tantos precisam de uma mão estendida. Feliz Natal!

Artigo: Prestaçao de Contas (14/12/2009)

Olhar para trás e perceber que o dever foi cumprido é gratificante. Olhar à frente e vislumbrar o quanto ainda pode e deve ser feito é motivador. Pois é assim que me sinto, muito gratificado e motivado, ao apresentar minha prestação de contas à comunidade. Mais do que um folder contendo as ações desenvolvidas em 2009, o material elaborado é um retorno à confiança que os montenegrinos depositaram na minha candidatura.
Fui eleito com o slogan "Juntos, vamos fazer a diferença", propondo um trabalho participativo e transparente. A participação e a transparência estiveram presentes ao longo deste ano. Em todas as oportunidades fiz questão de ter a população presente nas ações e decisões. E as pessoas responderam ao chamado. Entenderam que um mandato, para trazer bons resultados, não pode ser apenas representativo. Precisa ser participativo.
Fazer uma publicação dando conta dos meus atos de vereador e presidente da Câmara foi alternativa encontrada para fazer chegar ao maior número de pessoas o meu agradecimento pelo apoio, pelas sugestões, opiniões e críticas recebidas ao longo deste primeiro ano de mandato. Não tenho como demonstrar minha gratidão pessoalmente a cada montenegrino. Mas vou às ruas de novo para entregar minha prestação de contas e reafirmar meu compromisso de fazer o melhor. Fazer a diferença. Quero este contato direto com a população, manter acesa a parceria criada, pois 2009 é somente o começo. Lançamos muitas sementes neste começo, que precisam de cuidado permanente para crescer e dar os frutos que esperamos.
Se por um lado percebi, ao preparar os temas que foram incluídos na prestação de contas, quanto já avançamos, de outro notei quantos desafios ainda temos para enfrentar. E a vocês, leitores, eu confesso: os desafios me animam mais do que as conquistas. Como coloquei no início deste artigo, olho à frente e fico motivado com o tanto que ainda há por fazer. E meu entusiasmo aumenta porque sei que não estarei sozinho. Comigo estarão todos aqueles que, como eu, sabem que Montenegro pode ser o melhor lugar para viver. Todos aqueles que querem participar e dar sua contribuição. E acreditem, não somos poucos.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Artigo: Aprendizado Mútuo (07/12/2009)

Encerramos na semana passada a série de visitas do projeto Câmara Vai aos Bairros. O Germano Henke (Promorar) foi o último a receber os vereadores. Isto em 2009, porque já existe um cronograma pré-estabelecido para o ano que vem.
Iniciativa desta legislatura, o Câmara Vai aos Bairros, entre tantas outras coisas, é um constante aprendizado. Sim, porque estamos aprendendo, vereadores e comunidade, como se faz um trabalho participativo e organizado.
Sabemos que existem muitos problemas na cidade. Todos os bairros carecem de melhorias na infra-estrutura. O Promorar foi o sexto bairro a ser visitado e, assim como os demais, também pediu um serviço público mais eficiente. Aliás, precisamos reconhecer que as comunidades não querem muito. Querem apenas o que lhes é de direito. O que todo cidadão que paga impostos quer: transporte, limpeza e manutenção das ruas, iluminação funcionando, escola equipada, posto de saúde atendendo, policiamento presente... Um poder público que cumpra suas funções e, se possível, com eficiência, qualidade e rapidez.
Acredito que a cidade que queremos tem de ser construída em conjunto. Ela precisa congregar todos os seus moradores. Porém, a participação cidadã não acontece sozinha. Tem de ser fomentada, incentivada. Nem sempre é fácil mobilizar as pessoas. Pelo contrário, é um processo lento e difícil, principalmente porque a maioria está desgostosa, desiludida mesmo com a política. Mas eu não desisto da idéia de que podemos criar uma relação diferente. Nós vereadores temos a obrigação de fomentar a participação e despertar o interesse. Além, é claro, de ter interesse nesta participação.
Vejo que, a cada reunião, amadurecemos nossa cidadania, conseguimos envolver a comunidade um pouco mais. Crescemos no processo democrático. Aprendemos mutuamente. As pessoas precisam conhecer o que faz o Poder Executivo. O que é do Legislativo. A diferença entre os dois. Só assim compreenderão todo o processo de criação e votação das leis. Saberão como interferir, propor, modificar, sugerir. Verão como é importante estar organizado. De nossa parte, saber ouvir e compreender a diversidade. Fazer desta aproximação o combustível para tornar nossos mandatos mais legítimos e transparentes.
Estamos evoluindo, tanto na mobilização das pessoas quanto no retorno do Poder Público às demandas levantadas. Certo que o retorno não é sempre tão rápido e nem sempre tem a eficiência que deveria. Ainda está longe do que queremos e do que as comunidades precisam, mas estamos evoluindo. Aprendendo, na prática, que as mudanças para melhor não vêm ao acaso. Dependem da ação de cada um de nós e da resposta que damos quando somos chamados.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Artigo: A população quer participar? (30/11/2009)

Hoje quero falar, com satisfação, da resposta que a comunidade tem dado aos chamados do Legislativo. O público presente na Audiência Pública do Orçamento foi prova disso. Plenário lotado. Manifestações públicas. Lideranças dos mais diversos segmentos reunidas em torno de um assunto que mexe com a vida de todo mundo. Ah... Bem que podia ser assim sempre. Pessoas interessadas, decisões em conjunto, respeito à vontade da maioria.
Então volto à pergunta inicial: A população quer participar? Penso que sim. A presença dos montenegrinos, que deixam suas casas para comparecer a uma reunião na Câmara, mostra que estamos conseguindo amadurecer o processo de aproximação do Poder Legislativo com a comunidade. Mais do que isso até. Demonstra que há interesse mútuo na participação, no debate, no esclarecimento. A transparência, as ações e decisões compartilhadas geram confiança e cumplicidade.
Li recentemente um depoimento de Bernardo Toro, intelectual colombiano, educador e pesquisador, onde ele coloca que “o maior indicador de pobreza é não estar organizado. O primeiro passo para sair da pobreza é se organizar. Mas é preciso aprender a se organizar. Sem organização não há sustentabilidade, não há troca, não há igualdade. Os setores muito poderosos são muito organizados”. Segundo ele, para mudar a cidade é preciso mudar o seu sistema de transações. Nas transações as coisas perdem e ganham valor. E como se mudam as transações? Juntando as elites. Quem é a elite? Pessoa ou organização que pode modificar o modo de pensar, sentir e atuar dos grandes grupos sociais. O Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre, ele citou como exemplo, faz parte de uma elite da cidade, porque a organização dos taxistas pode parar uma cidade. A elite nunca é composta por muito mais do que uma centena de pessoas. São os donos da credibilidade, da mobilização e dos recursos econômicos. Toro diz que “o governo não tem dinheiro, quem tem dinheiro é a sociedade. Quem repassa este dinheiro é o governo. Se a elite se junta pode mudar qualquer coisa. Em Bogotá, a elite disse que queria uma cidade boa e segura para morar, altamente produtiva. Fizeram um plano para dezesseis anos, que se cumpriu e transformou a cidade”.
Tenho reiteradamente abordado o tema planejamento, o tema gestão. Acredito no que diz Toro. Podemos mudar nossa cidade a partir da organização das pessoas, a partir de um plano estratégico de longo prazo, que todos se comprometam a cumprir. E quando vejo a Câmara lotada, quando sinto que há mobilização da sociedade, cresce minha esperança de que se consiga, efetivamente, colocar isso em prática.